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8 de setembro de 2013

Jobs (2013)



Um retrato honesto, mas incompleto de uma das figuras mais icônicas e importantes do século, Steve Jobs, o co-fundador da Apple, assim pode ser definida a cinebiografia Jobs (2013), dirigida pelo desconhecido Joshua Michael Stern e com Ashton Kutcher no papel principal.

Jobs é um bom filme, mas tem muitas falhas, e acredite, Ashton Kutcher não é uma delas. Se o maior medo do público era a atuação de Ashton, fiquem despreocupados, o ator fez o dever de casa correto, incorporou muito bem o modo de andar e gesticular do homem visionário e entregou uma performance esforçada, sólida e que nada lembra o “cara”  das caretas de  That 70´s Show e Two and a Half Men.

Já que estou falando de pontos positivos, a “humanização” de Steve Jobs a  fim de ressaltar suas falhas e mostrar que além de gênio ele era imperfeito e de difícil personalidade, foi bem desenvolvida pelo roteiro. As cenas em que ele vende suas primeiras placas de computador e aquela em que ele despede um engenheiro da Atari – minha cena favorita – dizendo em alto e bom som: “Você não compartilha do nosso entusiasmo”, reflete bem a genialidade e as suas características menos aprazíveis. Ah, os fãs também vão vibrar com o momento em que ele cria o nome da empresa.

Jobs e Wozniak no início de tudo.

Josh Gad (Amor e Outras Drogas) e Dermot Mulroney (O Casamento do meu Melhor Amigo) que interpretam respectivamente Steve Wozniak – que fundou a Apple junto com Jobs – e Mike Makkula – o investidor – também se destacam como coadjuvantes e vale a menção aqui.

São muitos os pontos negativos da produção que custou apenas R$ 12 milhões de dólares. Primeiro, a trilha sonora constante e desnecessária em algumas cenas. Usar músicas seja instrumental ou não para atribuir emoção à cena, me pareceu amadorismo demais. Segundo, a opção por priorizar o lado “corporativo” de Jobs e a sua jornada cheia de altos e baixos  tornou dispensável a subtrama sobre o seu lado pessoal. Mal desenvolvida, a história da filha que ele na queria reconhecer retratada no início, é esquecida durante grande parte do filme e reaparece no último ato sem nenhum impacto ou qualquer explicação. Assim acontece com a relação entre Jobs e seu parceiro Wozniak, se no início do filme mostrava potencial, já na segunda meia-hora já esquecemos  da personagem. Como verdadeiro parceiro de Jobs na vida real, ele merecia mais atenção. Para complementar, o co-fundador Wozniak criticou este filme e disse que sua relação com Jobs foi retratada erroneamente. Isso eu percebi.  Em tempo, vale comentar que Wozniak está trabalhando em outra cinebiografia sobre Steve Jobs.

Jobs apresenta a Apple.

Os excessos na trilha sonora, os personagens que vão e vêm inexplicavelmente, como já citado, o drama ainda peca pela ausência de passagens importantes da vida de Jobs como a compra da Pixar Studios e a sua doença, faz de Jobs uma cinebiografia ainda não definitiva e limitada. A produção, mais longa do que deveria, entretém aos fãs do homem do Ipod e a quem deseja conhecer melhor sobre este visionário, no entanto, fica a sensação de que a história poderia ser mais bem contada.


Nota: 7,0

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