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13 de maio de 2012

Porque Fringe é inovadora e sensacional!



Por meses o “monstro” do cancelamento rondou uma das melhores séries de ficção cientifica da TV, e a melhor série do gênero em exibição no momento,  refiro-me à cultuada Fringe.  Poucos dias antes do final da quarta temporada o drama scifi foi renovado para uma quinta e última temporada.  A boa notícia foi comemorada pelos fãs nas redes sociais e o sentimento de alívio impregnou a todos os fringemaníacos.

 Se você desconhece a série, deve estar se perguntando por que um programa de boa qualidade corria risco de ser cancelada? A resposta é simples: pouca audiência. Fringe chegou na TV com altas expectativas, afinal ela tem nos créditos J J Abrams, o criador de Lost, além disso, toda a imprensa teimava em aclamá-la como a nova “Arquivo X”.

O primeiro ano da série teve uma ótima audiência, mas curiosamente é a sua temporada mais fraca. No ano posterior, a série já tinha perdido mais da metade da audiência, em contraponto, a qualidade do seriado só aumentava, e foi assim sucessivamente, o drama melhorava a cada temporada.


Fringe se tornou então a série cujo público não é assim tão amplo, mas são fiéis,  e causam terror nas mídias sociais. É relevante notar que quanto mais público perdia, melhor ficava a série, mais complexa e inovadora, talvez porque os produtores perceberam que aquela pequena audiência estava interessada em algo diferente dos outros programas de TV, então usaram a criatividade e toda a imaginação possível para fazer algo original, e esta  liberdade talvez fosse impedida (ou diminuída) caso o seriado obtivesse uma trajetória de sucesso, como Lost.

Para comemorar a renovação de Fringe, resolvi listar aqui alguns pontos positivos do seriado, suas características únicas e comentar sobre os queridos personagens que fizeram desse drama de ficção um dos melhores da atualidade, e mostrar para aqueles que não a veem ainda, que ela se trata de muito mais que a história de dois agentes do FBI que investigam casos estranhos e sobrenaturais.

Fringe é única porque:

- a trama principal se renova a cada temporada. Os mistérios não demoram muito a serem respondidos, se um mistério é apresentado no início de uma temporada, ele não vai se estender não mais que até o final da temporada vigente, com pouquíssimas exceções.  Uma temporada começa, e um novo enfoque é dado à trama, este é o maior trunfo da série.


 A primeira temporada é a menos empolgante de todas. Os agentes Olivia e Peter investigam casos de crimes estranhos que possuem um “padrão” entre eles, até aí tudo bem, parece ser mais uma série policial, devem pensar. Mas, Fringe começa a ficar mais interessante quando descobrimos a existência de um “mundo alternativo”. A partir desse elemento, todas as comparações com Arquivo X é totalmente dispensável e a série começa a construir sua própria mitologia.


A segunda temporada é bem superior à primeira. É aquele momento em que o público abandonou o show e a crítica especializada tomou o caminho inverso, começou a idolatrá-la.  Neste segundo ano, a qualidade da série aumenta significativamente.  Adentramos no tal “mundo alternativo” e descobrimos que ele não é tão diferente assim do nosso, exceto por pequenas diferenças. Testemunhamos pela primeira vez os poderes psíquicos de Olivia e conhecemos William Bell (Leonard Nimoy, o eterno Spock da série Star trek), um personagem muito importante para a mitologia da série.


No terceiro ano, Fringe apresenta sua melhor temporada, mais complexa e com uma história criativa e muito ousada para os padrões da televisão. Com dois mundos existentes na série e com cada personagem tendo o seu outro “eu” equivalente, lá no lado alternativo, a série ousa ao alternar os episódios, ora focado no mundo real, ora no mundo paralelo, mas sempre com as histórias conectadas.  Episódios com casos isolados? Aqui não teve nada disso. Todos os episódios tiveram alguma relação com a trama principal, mesmo que essa referência fosse uma  simples atitude de algum personagem. Nesta temporada, os dois mundos começaram a entrar em colapso, também conhecemos - e nos apaixonamos – pela versão alternativa de Olivia, de cabelos mais avermelhados,  com o chicletinho na boca, mais descolada, sorridente e bem mais atraente que a “original”.


A recém-finalizada quarta temporada, não foi superior à anterior, mas nunca decepcionante, a trama continuou com sua complexidade e repleta de surpresas. Teve o retorno de personagens de temporadas passadas aterrorizando a equipe Fringe, o Peter fora de sua linha temporal  - han? –, vislumbramos o apocalíptico e ditatorial futuro (foto) da humanidade e  ainda soubemos um pouquinho dos misteriosos carecas, os Observadores, as figuras mais sinistras da TV.




Apesar de focar em assuntos que envolvam viajantes do universo, realidades alternativas, máquinas que podem destruir o universo, pessoas que mudam de formas, Fringe nunca esqueceu de explorar o lado humano de seus protagonistas, sempre com histórias emocionantes e incrivelmente cativantes.


- Anna Torv (Olivia Dunham): “Canastrona, e com uma feição inexpressiva”. Era assim que a imprensa caracterizava a interpretação da loira Anna Torv, que vive a protagonista Olivia Dunham. A oportunidade de interpretar uma segunda versão completamente distinta de seu personagem original, mudou este cenário. Anna teve que rebolar muito para viver a Olivia “alternativa”, que era bem diferente da moça retraída, menos comunicativa e solitária, com a qual estávamos acostumados desde a primeira temporada. O seu “eu”  ruivo do "outro lado" era super descolada, extrovertida, adorava chicletes, e adorava esbanjar seu sorriso. Os trejeitos, o olhar e a expressão incorporados pela atriz para diferenciar uma Olivia da outra, fizeram todo mundo “calar a boca” e reconhecer o talento da australiana. Parabéns para ela. Ah, nem preciso falar, mas a Olive descolada é a minha preferida.


- O elenco afinado e carismático: Joshua Jackson (Dawson´s Creek) cresceu muito ao longo da série. No começo seu papel se resumia a  ser “ajudante” de Dunham, mas logo sua participação na série foi aumentando, ganhando mais importância, e evidentemente,  nosso carinho pelo engraçadinho Peter Bishop também foi desenvolvendo. 





O talentoso John Noble ( O Senhor dos Anéis partes 2 e 3) deu vida a um dos personagens mais divertidos e difíceis da telinha, Walter Bishop, um cientista um pouco excêntrico que adora cozinhar  e comer doces nas horas mais inconvenientes, como no momento de uma autopsia de um corpo. É a alma de Fringe, não consigo imaginar a série sem sua presença. Astrid (Jasika Nicole), outra agente do FBI que aguenta as loucuras de Walter, também é outra figura queridíssima do programa, seus momentos em cena com o cientista quase sempre são cômicos. Nina Sharp é aquela personagem ambígua, misteriosa, que nunca sabemos se ela está do lado do bem ou é vilã. Blair Brown está perfeita como essa mulher intrigante e tem muitos momentos dramáticos e intensos durante a série. Menções honrosas aos atores Lance Reddick, que faz o chefão do FBI Agente Broyles e o Seth Gabel, que interpreta o Agente Lee.



Mundo alternativo: Os produtores  dispensaram o “exagero” e  preferiram a sutileza - devido aos poucos recursos financeiros – para criar a tal realidade alternativa. O mundo “do lado de lá” em Fringe é quase parecido com o nosso, exceto por detalhes como a cor da estátua da liberdade em Nova York –  cor de cobre -, a tecnologia um pouco mais avançada, e os prédios do World Trade Center, que ainda continuam de pé.  A série usa as cores para diferenciar um mundo do outro.  Inteligente hein! Ah, e os personagens “alternativos” da Divisão Fringe, são um deleite a parte. Que outra série pode-se conferir os protagonistas em duas versões diferentes? Não há.



 Os Observadores : Esses carecas enigmáticos e sempre vestidos de terno e chapéu aparecem em momentos relevantes da história da humanidade, são os seres humanos evoluídos do futuro,  segundo September (foto), um deles. Eles aparecem em momentos chaves da trama, estão presentes sempre quando algo muito importante está para acontecer, mas curiosamente, eles aparecem em todos os episódios, eu disse TODOS, é só procurar com atenção, muita atenção. É como brincar de “Onde está o Wally?”, entendem? Esta é mais uma das peculiares desta série igualmente peculiar. Um pouco sobre estes seres bem vestidos foi apresentado na quarta temporada, e podemos dizer que, eles são viajantes do tempo,  quase um parente de Doctor Who.


Percebeu porque Fringe merece um lugar na sua watchlist? Atiçar a curiosidade daqueles que ainda não assiste à série e mostrar as suas particularidades foi o meu objetivo aqui. Saibam que fiz o máximo para não revelar spoilers sobre as temporadas.

O Elenco e os produtores!

Daqui há mais ou menos 4 meses tem início a quinta e última temporada. Fringe deve finalizar respondendo todas as perguntas que ficaram no ar, pois os produtores e roteiristas já demonstraram ter preocupação suficiente em dar ao seu pequeno público fiel, um programa de qualidade incontestável e com um roteiro que sabe o rumo que toma.

Fringe é uma das séries mais inventivas e originais da TV, às vezes as tramas são tão complexas que rever toda a temporada é quase uma tarefa obrigatória. O seriado é assim mesmo, surpreendente, tem sua própria mitologia, e não pode ser comparada com Arquivo X, não estou menosprezando esta, ambas são essenciais na história da TV e grandes representantes do mundo scifi.


Vamos todos rir junto com o trio! É isso aí fringemaníacos, nós conseguimos! Rumo à nova temporada!

2 comentários:

  1. Fringe só me conquistou na 3a temporada. Antes disso eu ficava dividido entre episódios bons e alguns nem tanto.Digamos que antes da 3a temporada, Olivia e Walter me prenderam à série. Fringe já me levou as lágrimas no episódio 3x07 sobre o filhinho cego do Broyles. Eu realmente custei a acreditar que veria novamente uma temporada tão boa quanto esta, aí chega a 4a temporada e me surpreendi de um jeito totalmente diferente! E ela ainda trouxe o vilão mais legal da série. Foi ótimo conhecer mais da Astrid também. Enfim, acho uma 5a temporada muito pouco para Fringe. Mas passar dela seria algo muito maior que os milagres que vimos acontecendo nesses últimos anos rs

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  2. É verdade...Fringe me pegou de surpresa também, comecei a gostar mesmo só na 2 temporada, a terceira para mim ainda é a melhor, mas a 4 tambem foi muito boaa! Pois é, devemos agradecer por terem dado a chance da série ter um desfecho justo e por nao ter cancelado abruptamente!

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