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24 de maio de 2012

Game Change: Virada no Jogo



  “Eu consigo ver a Rússia do quintal, daqui do Alaska”. 


Com gafes como esta, a política Sarah Palin ficou famosa em 2008 durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos, quando se candidatou à vice-presidência ao lado de John McCain, o opositor de Barack Obama. Game Change (Virada no Jogo, 2012) filme feito para TV que estreou semana passada no canal HBO, explora a trajetória conturbada  de Palin na campanha política, e conta como a governadora do Alaska fora fruto de uma escolha apressada e infeliz dos assessores de McCain para desbancar o rival Obama nas eleições, que na época estava atraindo multidões aos comícios, se parecendo mais como um pop star e menos como um político.


Uma mulher forte, carismática, mãe de família, religiosa, com seus próprios valores, esta é Sarah Palin, a escolha perfeita de McCain para ser sua vice-presidente e atrair mais eleitores, principalmente as mulheres. A escolha deu certo, de início, Sarah se tornou uma “celebridade” idolatrada,  assim como Obama estava sendo, e acabou até ofuscando o seu parceiro McCain. Mas o carisma da mulher logo se tornou algo dispensável quando se depararam com sua falta de conhecimento em questões de política exterior e história, algo básico para uma candidata à vice-presidência.  “Não foi Saddam Hussein que derrubou o World Trade Center?”, com pérolas como esta, a mídia caiu em cima da coitada sem piedade, e ela ainda foi alvo de vários quadros cômicos no programa Saturday Night Live, no qual Tina Fey a interpretava. Confira aqui o TOP 3 da verdadeira Sarah, incluindo o infeliz comentário sobre Rússia.


A Sarah da ficção (Moore) à esquerda, e a verdadeira, de vermelho!


Sarah Palin é vivida por Julianne Moore, que além de estar parecidíssima fisicamente com a politica, arrasa na atuação. A talentosa atriz conseguiu refletir todos os trejeitos e a forma de falar da “personagem”.  Ed Harris vive o senador John McCain e Woody Harrelson - brilhante -  interpreta o assessor do candidato. Todos os três  estão sendo muito elogiados pela crítica, e obviamente, serão premiados nas próximas edições do Emmy e do Globo de Ouro.

Claro que a ex-candidata à vice-presidência dos Estados Unidos não gostou do filme e disparou: "Eu acredito que minha família tem outras prioridades e sabe o que realmente importa. Por exemplo, nosso filho ligou do Afeganistão e pareceu bem e isso é o que importa. Ficar a favor do 'Time Obama' de Hollywood não está no topo da minha lista".


Jay Roach (diretor da trilogia do espião Austin Powers e da comédia Entrando Numa Fria) realizou um ótimo trabalho, dinâmico,  e apesar do tema político, não é cansativo, e ainda tiveram um cuidado com o roteiro  que não chega a “denegrir” (ainda mais?) a imagem de Sarah Palin. Game Change apresenta os erros e as qualidades da candidata, ela nos irrita e nos cativa ao mesmo tempo, e no final, concluímos que com seu espírito de liderança e carisma, Palin pode estar apta para governar qualquer cidade do Alaska, porém,  totalmente incapaz de comandar um país do porte dos Estados Unidos.

Para quem curte política, ou gostaria de saber mais sobre os bastidores dessa campanha em 2008, Virada no Jogo é recomendadíssimo. Agora, não sei por que ainda não fizeram um  filme sobre as “gafes” da Dilma na sua campanha presidencial, ela tem até o seu top 5 (só cinco?), assista!

Veja o trailer de Game Change, em exibição no canal HBO.

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