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15 de maio de 2014

Godzilla (2014)





O retorno triunfante e arrasador do maior monstro do cinema é um fato, Godzilla (2014), de Gareth Edwards, deixa a versão de Roland Emmerich no chão, perto deste, o longa de 1998 é um playground cinematográfico protagonizado por um lagarto feito de plástico.


O obra é dividida em duas partes, antes de Godzilla ser um filme de monstros típico, é um drama emocionante e humano, representado pelos personagens de Bryan Cranston (sempre ótimo né!) e Aaron Taylor-Johnson (nosso eterno Kick-Ass). A paranoia de Joe (Cranston) com a verdadeira procedência de um acidente numa usina nuclear onde trabalhava anos atrás no Japão, leva-o a descobrir o que já temia, o “acidente” que vitimou a sua esposa não foi de ordem natural, mas sim, causado por um enorme animal furioso e sedento por energia nuclear.  

 Aaron Taylor vai à luta contra o Gojira


O Gojira demora mais de uma hora para surgir na tela completamente, até esse momento, Edwards nos brinda com cenas lindíssimas no qual a criatura se revela aos poucos, seja através de névoa, fumaça ou reflexos.  Mas quando ele aparece, o impacto e o assombro é inevitável. Godzilla é uma obra notável por inúmeros motivos, muitos deles nem todos perceberão, como o uso da cor vermelha na maioria das cenas numa referência à mitologia japonesa, por isso o estilo do monstro remete ao estilo da criatura clássica japonesa, a sequência em que soldados soltam de paraquedas com a fumaça vermelha colorindo o céu e prestes a cair na cidade devastada é de arrepiar e arrebatadora, a fotografia sombria, a trilha nervosa e o cenário desolador das cidades por onde os bichos passam - e que lembra muito a ambientação do famoso filme independente do diretor, Monstros (2010) - são outros acertos a destacar.


Edwards se preocupou bastante com as aparições do monstro gigante e com as batalhas entre as criaturas, sempre buscando ângulos e formas diferentes de mostrá-las, a única intenção aqui é a de maravilhar o espectador até o último minuto da fita. Ah, isso o diretor conseguiu louros, sai do cinema maravilhado com o Godzilla, tal deslumbramento não foi apenas pelo monstro em si, mas por todo o visual caprichado da produção e a composição das belas cenas de suspense.

Esse dá medo!

Só por deixar Nova York de fora da destruição, o filme já merece ser visto, Honolulu e Las Vegas são as cidades-alvos da vez. Ainda bem. Outra boa ideia do roteiro é que Godzilla não é exatamente o vilão da história, torci por ele em alguns momentos, ele está ali apenas buscando a sua presa, não para destruir pontes e prédios, o estrago feito é apenas consequência do seu tamanho colossal.


Círculo de Fogo foi o melhor filme catástrofe no ano passado, em 2014, Godzilla ganha esse título honrosamente, se o público comparecer às salas de cinema -  ou seja, se  for um sucesso provavelmente Hollywood não fará outro reboot em alguns anos - certamente essa obra tem tudo para ser o melhor filme do lagarto gigante já feito, mas algo é certo, é anos-luz superior ao longa do Emmerich.


NOTA: 9,0

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