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7 de maio de 2014

Bates Motel - A segunda temporada





Atenção! Este texto contém leves spoilers, caso você ainda não viu a segunda temporada. 


Com a última cena fazendo uma referência explícita à fonte original, o filme Psicose, Bates Motel chega ao final de sua segunda temporada, cujo maior trunfo foi incrementar profundamente a relação doentia e destrutiva entre Norman e Norma Bates. Este é exatamente o foco que a série deve ter e a principal razão pelo qual eu, e muitos por aí, assistem ao programa, e isto faz desta segunda temporada, levemente superior ao primeiro ano do seriado.

O início da temporada foi um pouco confuso, é verdade, subtramas rápidas e um entra e sai de personagens que, embora pudessem ser bastante ricos na trama, saíram logo de cena e serviram apenas para preparar o terreno para o caos que estava por vir na família Bates. Neste ano, o motel ficou lotado, Norman (Freddie Highmore) teve uma namorada, sua paixão pela taxidermia ganhou mais destaque, Norma (Vera Farmiga) fez péssimas amizades e Dylan (Max Thieriot) se envolveu até o pescoço com os mafiosos locais.

 Um relacionamento doentio e carregado de mentiras

Mas o drama ganhou mais força quando focou no relacionamento entre mãe e filho. “Eu morrerei se você morrer, somos a mesma pessoa”, essa frase dita por Norma resume bem o que esta temporada nos preparou, a dependência de Norma e o controle exagerado que tem sobre o filho é tão forte que, ela não consegue separa as suas necessidades, das dele, e vice-versa. É um amor de mãe doentio, psicótico, destrutivo, e evidenciados em vários momentos na temporada, como na impressionante cena em que ela faz de tudo para que o filho tenha ciúmes dela contando sobre o seu “namorado” ou na chocante cena do beijo, no último episódio. Realmente, Norma não tem limites, é altamente instável, passional e carente demais.

Já que estamos falando da personagem, vou parabenizar a interpretação esplêndida de Vera Farmiga, ela “desaparece” na pele de Norma, tem feito um trabalho incrível e ímpar, daqueles que certamente vai marcar a sua carreira para sempre, assim como Harry Potter foi para Daniel Radcliffe.

O jovem Highmore não se deixa ofuscar pela companheira de cena, e nesta temporada ele demonstrou ser um ator ainda mais fascinante, Norman é um personagem muito complexo e com dupla identidade, e nem as covinhas do sorriso do garoto torna-o menos assustador, quando ele realmente precisa ser. E nesse ano, ele teve muitas chances de mostrar o seu lado obscuro. A cena em que ele enfrenta o seu tio, incorporando a mãe, é um dos melhores momentos da série. 

 Norman enclausurado

Agora que ele sabe de seu “probleminha psicológico” causador de seus apagões e que ele tem um instinto assassino dentro dele, a vida do rapaz daqui pra frente promete ficar cada vez mais complicada. Como ele vai lidar com os apagões? Como ele vai esconder das pessoas queridas o seu lado obscuro? Como Norma vai proteger seu filho e lidar com a psicopatia do rapaz? Qual será o seu papel dela na criação do assassino que Norman se tornará? Pois como sabemos, o destino de Norman está traçado e nele muito sangue escorrerá. 

Bates Motel teve uma segunda temporada reveladora e muito perturbadora e segue sendo uma série imperdível e de qualidade incontestável, e isto se deve em grande parte à dupla de protagonistas. Já ansioso pela próxima temporada.



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