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8 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10






Em 2008, Cloverfield, um filme de monstro no estilo “câmera na mão” tornou-se um hit cinematográfico, caótico e assustadoramente realista, o longa alavancou ainda mais o nome de J. J. Abrams. Dezesseis anos depois – pois é, passou rápido hein – estreia Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, 2016), inaugurando uma nova antologia do cinema na qual o monstro da vez não é exatamente apenas uma criatura ameaçadora e alienígena, mas o próprio ser humano.


Quem vai ao cinema esperando uma sequência nos mesmos moldes de Cloverfield -  com aquela correria e a luta desesperadora pela sobrevivência -  pode “quebrar a cara” e sair xingando o universo.  Rua Cloverfield, 10 é mais intimista, mais focado no elemento humano, mesmo assim, é tenso, é um suspense/sci-fi eficiente e que prende a atenção. 



Na trama, Michelle (Mary Elizabeth Winstead, de Scott Pilgrim) sofre um acidente de carro e acorda em um quarto algemada. Howard (John Goodman), o homem que a capturou, revela que houve um ataque nuclear lá fora e por isso não a deixa sair do seu bunker. O filme, então, explora o máximo os dilemas vividos por Michelle: Acredita no que o Howard diz ou não? O que é pior? Lá fora ou ali dentro?


Dirigido de forma firme pelo estreante Dan Trachtenberg, Rua Cloverfield, 10 se destaca pela trama simples, pelas reviravoltas verossímeis e surpreendentes, e por enganar o espectador dando falsas esperanças de que tudo está tudo bem, até sermos surpreendidos com um momento chocante. O elenco é um dos trunfos da película, Winstead entrega sua melhor atuação em anos, e John Goodman, simplesmente “arrasa” no papel do perturbado e sensível Howard, que ora nos assusta, ora nos cativa. 



O único “problema” de Rua Cloverfiled, 10 é que ele aparenta ser maior e mais ambicioso do que realmente é, o último ato é exatamente o que eu estava esperando e o final revelador me deixou incomodado - evidentemente pelo fato de o filme ter acabado num momento tão promissor - e ao mesmo tempo ansioso pela próxima parte, Abrams já revelou que isso é muito possível.

NOTA: 8,0

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