Há sempre muita expectativa e
medo quando Hollywood resolve “mexer” em clássicos eternos do cinema
atribuindo-lhes uma “repaginada”, pior fica quando altera-se o tempo em
que a história original é ambientada para uma época mais atual, isso causa quase sempre o
desgosto profundo dos fãs.
Recentemente, o cult Psicose foi
a “vítima” da vez. Desde que decidiram criar uma série que contava a juventude
do psicopata Norman Bates, eu fiquei com
os dois pés atrás. Algum tempo depois, me animei com os ótimos trailers lançados de Bates Motel.
Em março, a série foi ao ar e fui vê-la com toda aquela desconfiança. Confesso
que não curti, assim de imediato, em razão da história ser ambientada nos dias de hoje, e
temi que o enredo escorregasse nos clichês que os seriados teens tanto adoram, pois
o protagonista Bates é jovem e ainda está na fase em que frequenta a escola.
Freddie Highmore, atuação digna de prêmios.
Em resumo, e passado o medo de
que a série fosse um fiasco, do ponto de vista narrativo, hoje considero Bates
Motel uma grata surpresa do ano, correspondeu as minhas expectativas e surpreendeu
aqueles que não esperavam nada dela. Dessa vez, o prelúdio televisivo do
clássico de Alfred Hitchcock deu certo, ao menos nessa primeira temporada recém
finalizada.
Bates Motel encantou a crítica e
o público por vários motivos, desde a qualidade técnica impecável - a direção de arte, a fotografia, o figurino - às
intensas cenas de suspense, principalmente
nos primeiros seis episódios. No entanto, a dupla de protagonistas é o maior
trunfo da série. Vera Farmiga e Freddie Highmore, Norma e Norman Bates
respectivamente, estão excelentes, as atuações são dignas de prêmios.
Norma e seu filho "normal", Dylan.
É o melhor papel da carreira de Vera
Farmiga, que já fez bons filmes como Amor sem Escalas e Os Infiltrados, mas
nenhum de seus antigos personagens é tão marcante quanto o da explosiva Norma
Bates. Cômica, bipolar, super protetora,
sexy, Farmiga dar profundidade e autenticidade ao personagem, observa-se que a
atriz está muito a vontade na pele da mãe psicótica de Norman.
O menino que nos fez chorar rios
de lágrimas no drama Em Busca da Terra do Nunca, Freddie Highmore, já grandinho com 21 anos de
idade, mostra que o seu talento continua intacto. Ao contrário de Farmiga que
tinha toda a liberdade para criar a mãe Norma, Freddie teve o desafio de captar
os trejeitos do personagem de Anthony Perkins, do filme Psicose, e ainda
incorporar outros elementos em sua atuação. Um trabalho que exigia muita minúcia
e sensibilidade do ator e que felizmente foi perpetrado com sucesso por Freddie.
Se o modo de andar e o sorriso contido - mas
assustador - foram “copiados” do personagem no clássico dos anos 60, o que já é algo notável, a gradativa transformação psicológica do
personagem é impressionante, e isso é tudo crédito do jovem ator.
Drama e sangue no motel.
Bates Motel não é perfeita,
alguns furos narrativos ali, um final de temporada previsível aqui, mas seus
erros não comprometem suas qualidades, a série foi renovada para a sua
segunda temporada, que deve estrear no ano que vem. Acho que Hitchcock deve
estar satisfeito com a longevidade e a nova “cara” de suas crias...
Do muito que já ouvi falar dessa série, é uma pena que não assisti ainda nenhum episódio. Também já vi alguns trailers (e até gostei) mas ainda não tive oportunidade de conferir o material na integra. Fica para o futuro.
ResponderExcluirabraço
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