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18 de agosto de 2014

Sob a Pele




Meus caros e queridos leitores deste humilde blog de cinema, faço a vocês, uma pergunta pertinente e difícil, e fiquem à vontade para me responder lá nos comentários. A pergunta é a seguinte: Você gostaria de ter ao seu lado, a Scarlett Johansson loira e sensual, mas com roupas, como vimos em Match Point e Vicki Cristina Barcelona, ou a versão morena da Scarlett do filme Sob a Pele, completamente nua, sem o sorriso bonito, ela mal fala e sem qualquer resquício de sensualidade? Bom, eu fico com a primeira opção, a versão loira e sexy. Mas confiram os filmes e me digam a preferência de vocês. Fico no aguardo.


Esta foi apenas uma brincadeira introdutória para falar de um dos filmes mais difíceis do ano, Sob a Pele (Under The Skin, 2013), estrelado, como já disse, por uma Scarlett Johansson diferente da que estamos acostumados a ver, com cabelos pretos, mais reservada e sem o menor sex appeal. 


Jonathan Glazer (de Reencarnação) dirige a moça neste road movie/drama/suspense/ficção bem estranho e abstrato. Quem busca ou espera um cinema óbvio, vai ficar desapontado, Sob a Pele é excêntrico demais para a grande massa. 

 Uma das cenas mais marcantes do filme


Johansson vive uma alienígena, sem nome, ela sai dirigindo a esmo pelas ruas em seu furgão branco em busca de homens para assassinar. Não espere explicações acerca da origem alienígena da moça, apenas acompanhamos a caçada da ET, até ela levar suas vítimas para um ambiente escuro e assustador. Os homens seguem a mulher, cegos por sua beleza, hipnotizados por seu olhar e excitados demais, mergulham numa escuridão da qual nunca escaparão.


Não sei realmente o que o diretor quis mostrar nessa história, o espectador tem um papel importante aqui, tudo é muito intuitivo e particular, o filme sugere muita coisa, talvez Glazer esteja falando da solidão humana, da falta de comunicação ou da incompreensão e medo da sociedade em relação a indivíduos diferentes do considerado “normal”.


O drama é sobre a jornada de uma alienígena rumo à sua humanização e à sua consequente vulnerabilidade. Assim, penso eu. Scarlett encarou um papel desafiador com vontade e o fez muito bem, a atriz está muito convincente como uma alien assassina e sem sentimentos.


Tão fria como a protagonista é a atmosfera na qual está inserida a trama, repleto de lugares lúgubres, sujos, desertos e gelados, causando mais ainda a sensação de inquietação no público. Outro ponto alto da produção é a trilha sonora, tão angustiante quanto o caminhar das presas humanas na penumbra traiçoeira.


Sob a Pele é o tipo de obra que você deve curtir mais nas horas seguintes ou dias depois de tê-la visto. É o tempo necessário para avaliar melhor o filme, relembrar os momentos marcantes, levantar hipóteses e assim edificar a sua própria interpretação. Se for desses que gosta de tudo explicadinho, desista. Em todo caso, o longa merece a atenção apenas por colocar Johansson em um papel esquisito. No entanto, a saga da alienígena torna-se, em certo ponto, um pouco cansativa e sem sentido, fica a sensação de que o filme tem menos substância do que aparenta, o que não é verdade.


NOTA: 7,0

4 comentários:

  1. Uma das melhores críticas que li no blog! Parabéns! Bruno Pars

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  2. E aí brother!aqui é o André ( Um Vórtice).

    Cara, gostei muito do seu texto e não imaginava que o filme tinha essa pegada!
    Falaram tanto da nudez da Scarlett, que mal vi algo sobre o conteúdo do filme.
    Fiquei instigado em assistir!

    Grande abraço!

    - André Betioli!

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  3. Oi André. Pois é, usaram a nudez de Scarlett pra atrair o público, já que o filme em si é muito estranho e não muito comercial hahahah. Vale a pena ver hein!! Abraços

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