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19 de março de 2014

Um Drink no Inferno



Onde você estava no ano de 1996? Muitos de vocês, leitores, nem tinham nascido, né verdade? Neste ano estreava o sangrento Um Drink no Inferno (From Dusk till Dawn), filme protagonizado por Quentin Tarantino e George Clooney, mas que aqui no Brasil não fez muito barulho, o que dificilmente não aconteceria se fosse hoje, mas era uma época diferente e muita coisa mudou desde então, inclusive as carreiras do cineasta e do ator.

Tarantino, em 1996, ainda era considerado um cineasta “alternativo demais” para Hollywood, escreveu o roteiro de Um Drink no Inferno numa época em que estava colhendo os frutos de um de seus primeiros sucessos, Pulp Fiction. Já George Clooney era o galã da série E.R. – Plantão Médico, estava longe ainda de se tornar um ator/diretor de primeira linha do cinema. O mesmo digo de Tarantino, atualmente um dos caras mais influentes e requisitados da indústria cinematográfica, e olha, quem diria, seus filmes são sinônimos de boa bilheteria e indicações ao Oscar.

Tarantino e Clooney: dupla perigosa

Ao longo do tempo o filme foi ganhando fãs e se tornou um cult, um clássico que será revisitado a partir deste mês numa adaptação para a TV.  Um Drink no Inferno, a série, estreia no canal El Rey nos EUA no início do mês, no Netflix chega no dia 19 março. O “gancho” perfeito para eu falar um pouco sobre esta pérola do cinema, que mesmo 18 anos após seu lançamento continua divertido e surpreendente.

Robert Rodriguez, diretor de Sin City, Machete e Planeta Terror, comanda  Um Drink no Inferno. Tarantino (se aventurando na frente das câmeras) e Clooney interpretam os irmãos Richie e Seth Gecko, dois criminosos fugitivos que espalham sangue e violência por todos os lugares que passam. No caminho, eles sequestram uma família e partem para o México, onde os irmãos receberão uma quantia alta de dinheiro de um mafioso chamado Carlos. Mal sabe eles que o bar marcado para o encontro é um “inferno”, e a partir daqui, o filme toma uma reviravolta inesperada e surpreendente. Bem, considerando que você não sabe nada, nada mesmo, sobre a história do cult movie.

Salma Hayek sendo estonteante

É um filme atípico, com duas partes distintas. O início soa mais como um road movie violento e  “sério”, no estilo Tarantino, já a segunda parte, é um trash nojento típico de Rodriguez  e que convenhamos, ele sabe fazer muito bem.

As muitas qualidades do longa, além do roteiro, é ver George Clooney interpretando um  cara violento, sem sorrisos largos. Sua relação com o irmão, os diálogos irônicos, dão o tom cômico na película. Importante notar também a desconstrução do personagem de Clooney ao longo do filme, que passa de vilão a mocinho no final, mas sem deixar em nenhum momento de ser um tipo fácil de gostar.

A produção também foi um divisor de águas para Salma Hayek, sua aparição breve mas muito sensual, lançou a atriz latina aos holofotes de Hollywood. Para quem admira o trabalho de Tarantino hoje e do astro de Onze Homens e um Segredo, Um Drink no Inferno continua sendo uma obra imperdível, divertido, violento, despudorado, para curtir sem grandes expectativas e não levar muito a sério.


NOTA: 8,5

Um comentário:

  1. CLÁSSICO!!! Deu vontade de rever!! Até porque, não me lembro de quase nada!!! rs

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