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22 de dezembro de 2016

Melhores séries de 2016

Westworld – Antes de sua estreia, já se esperava que esta série teria o "selo de qualidade HBO" com o qual estamos acostumados, e que tendo Jonathan Nolan como um dos roteiristas, Westworld prometia um enredo, no mínimo, audacioso e desafiador. Mesmo assim, a série superou as expectativas do público em todos os sentidos, desde o roteiro bem amarrado e minucioso, o afiado elenco, à magnífica trilha sonora reproduzida em uma pianola. Faltam palavras para adjetivar essa produção.


Stranger ThingsA série que faz uma ode à cultura oitentista também foi uma das grandes surpresas do ano. A história de mistério envolvendo quatro crianças agradou o público, surpreendeu e trouxe um sentimento de nostalgia a quem conviveu com as pedaladas dos quatro amigos de Conta Comigo e E.T. e se maravilhou com as “luzes que falam” de Contatos Imediatos de 3º Grau.


Game Of Thrones – Eis aqui uma série que caminha para a sétima temporada e nunca para de nos surpreender. A sexta temporada foi antológica, repleta de momentos inesquecíveis – “Hodor, hold the door” – e mais grandiosa que os anos anteriores. A Batalha dos Bastardos, por exemplo, tornou-se a sequência mais cara da história da TV, ademais, é uma sequência belíssima e perturbadora ao mesmo tempo.

16 de dezembro de 2016

Os melhores filmes de 2016


A Chegada – O sci-fi mais surpreendente do ano. Dirigido por Denis Villeneuve (Os Suspeitos, Sicario), A Chegada tem “cara” de blockbuster, mas foge dos clichês dos “filmes de invasão alienígena” e transborda sensibilidade ao contar a história de humanos que tentam “dialogar” com os seres visitantes. Amy Adams está soberba, para variar.



Invocação do mal 2 –  Esse filme “minou” a máxima que diz que “continuações são sempre inferiores ao primeiro capítulo” e tornou uma exceção dentro de um gênero marcado pela falta de criatividade. Dirigido novamente pelo promissor James Wan, IM2 é muito melhor que o primeiro, e mostra mais uma vez a inventividade do diretor nas cenas de suspense e suas habilidades ao narrar uma história de terror com personagens cativantes e sem clichês.


A bruxa – O ano de 2016 foi muito bom para os filmes de suspense/terror. Filme-sensação em festivais no ano passado, A Bruxa impressiona pela sua atmosfera sombria e melancólica, não é um filme de sustos, mas perturba mesmo assim, chama a atenção pela forma como o sobrenatural é tratado, de forma plausível e assustadora.




Star Trek - Sem fronteiras – Este ano não foi bom (ou rentável) para os blockbusters. As sequências sofríveis de X-Men, Independence Day e Alice não empolgaram tanto assim, mas a terceira parte da franquia Star Trek compensou um ano repleto de “bombas”. Sem Fronteiras é frenético, ousado, dirigido com carinho e saudosismo por Justin Lin, diretor de alguns Velozes e Furiosos, de quem eu não esperava muito. Que bom eu me enganei.


29 de novembro de 2016

A Chegada


Desde que chamou a atenção de Hollywood com o elogiado Incêndios, o cineasta Denis Villeneuve vem construindo uma filmografia impecável e de dar inveja, seu último filme, o sci-fi A Chegada (Arrival, 2016), é mais um trabalho imperdível desse diretor que até agora não “errou a  mão”.

Em A Chegada, pode-se perceber traços de outros filmes de Villeneuve, o suspense psicológico de Os Suspeitos, o toque enigmático de O Homem Duplicado e a tensão de Sicario: Terra de Ninguém dão o tom nessa ficção científica de sensibilidade ímpar e com pose de clássico.


19 de novembro de 2016

Animais Fantásticos e Onde Habitam



Felizmente, a investida cinematográfica para suprir o vazio deixado pelo fim da franquia Harry Potter é realmente mágica: Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them, 2016) é encantador, comovente, divertido e com personagens que nos cativam rapidamente, e melhor, é uma das poucas superproduções desse ano que faz jus ao “burburinho da mídia”, cada vez mais histérico quando trata de lançamentos cinematográficos.

Nunca me senti à vontade para escrever sobre os filmes Harry Potter, embora tenha gostado bastante deles – até dos dois primeiros, que eu os considero monótonos e arrastados, cujos aspectos não se podem atribuir a esse início da nova franquia mágica. Animais Fantásticos e Onde Habitam começa com o jovem Newt (Eddie Redmayne) chegando a uma Nova Iorque, dos anos 20, e deixando escapar alguns seres mágicos na cidade. A forma como Newt conhece, acidentalmente, os personagens de Kowalski (Dan Fogler) e Tina (Katherine Waterston) é engenhosa e cômica.


6 de novembro de 2016

Doutor Estranho



O universo Marvel acaba de ser expandido no cinema com a chegada de Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016), dirigido por Scott Derrickson, vindo de filmes de terror como O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade. A julgar pelo universo místico do super-herói e as influências em nível hard de A Origem, vistas em trailers (na sala de cinema, ressalto), esperava que este fosse o “divisor de águas” dentre os filmes da Marvel, mas não é, Doutor Estranho diferencia-se estilisticamente de outros exemplares do gênero, porém o visual arrojado e de “encher os olhos” esbarra na estrutura acomodada presente nas histórias de origem de super-heróis.

O início impressiona. De cara, ficamos encantados e pasmos com as cidades que se dobram. Mas logo, o filme segue a “fórmula Marvel” – fase de descontentamento do protagonista, chance de redenção, fase de treinamento, conflito, (re)início de um nova vida – que já conhecemos demasiadamente, tornando, muitas vezes, a história aborrecida. 

23 de outubro de 2016

Black Mirror – O futuro é hoje e ele é perturbador



Uma moça vai num estabelecimento e pede um café e biscoitos. Ela nem está com fome, o pedido feito serve mais para postar a foto do “lanche” na sua rede social e conseguir alguns “likes”, a atenção de seus “seguidores”. Ah, e aquele momento entre a postagem e a primeira “curtida” hein, é angustiante, não é mesmo? Quem nunca fez isso? Eu já fiz. Me arrependo? Não. Me considero frívolo, por isso? Não. Apenas há momentos.

A descrição do fato acima faz parte do nosso cotidiano, mas eu me refiro a uma das cenas do primeiro episódio da nova temporada de Black Mirror (2011 - ?). O que leva à questão: Fiquei assustado ao me identificar com uma situação vista em uma série? Sim, com certeza, e devemos. Motivar esse tipo de reflexão é justamente o grande trunfo dessa série inglesa, que estreou a terceira temporada nesta semana, na Netflix.

O homem e a sua dependência crescente da tecnologia sempre foi o cerne de Black Mirror, seriado que estreou em 2011, e do qual eu já tinha feito um post anos atrás, clique aqui. Os novos seis episódios de Black Mirror tratam do mesmo tema, e continuam sombrios, cínicos, incômodos e trágicos, e o pior, as histórias apresentam um universo muito próximo da nossa realidade e isso é assustador.

9 de outubro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares


No início da nova obra de Tim Burton, O Lar das Crianças Peculiares (Miss Peregrines home for peculiar children, 2016), há uma cena em que o protagonista percorre pelas ruas escuras de um subúrbio, que logo nos remete ao cenário de Edward, Mãos de Tesoura, representando um bom indício do que vem a seguir, correto? Não. Infelizmente, o filme é menos burtoniano do que se esperava, é mais uma aventura infantil/juvenil de super-herói previsível, cujo roteiro segue à risca a cartilha de filmes do gênero.

Tim Burton parecia o sujeito perfeito para transpor o material literário de Ransom Riggs para o cinema, a história de tom macabro sobre crianças marginalizadas com poderes extraordinários, parece mesmo uma obra com a qual ele se envolveria, mas O lar das crianças peculiares não tem a bizarrice típica do cineasta,  é divertida e infantil – isso fica claro na sequência de luta entre esqueletos e os monstros Etéreos –, Burton dá o seu “toque” apenas em momentos pontuais.


2 de outubro de 2016

Destino Especial


Apontado por mim, nesse post, como um dos filmes de ficção científica mais promissores do ano, Destino Especial (Midnight Special, 2016) superou as minhas expectativas, e melhor ainda, a obra scifi mostra a faceta spielberguiana de Jeff Nichols, cineasta de marca autoral e responsável pelo desconcertante O Abrigo.

Michael Shannon (sempre ótimo em cena) encabeça o elenco e interpreta Roy, pai de um garoto com poderes extraordinários e que tenta, a todo custo e com um amor e dedicação incondicional, proteger o seu filho. Com uma força sobrenatural capaz de derrubar satélites da atmosfera da Terra, Altom (Jaeden Lieberher) é visto pelo governo americano como uma arma, já para um grupo de religiosos, ele é um salvador. Para fugir de toda essa gente, Roy, com a ajuda do amigo Lucas (Joel Edgerton), parte numa jornada repleta de desafios e descobertas.

17 de setembro de 2016

Bruxa de Blair (2016)


As atualizações de medo do desconhecido e de claustrofobia foram realizadas com sucesso. O termo clichê “o melhor filme de terror de todos os tempos” é, sem dúvida, um exagero do marketing promocional, mas Bruxa de Blair (Blair Witch, 2016) pode ser um dos filmes mais claustrofóbicos de todos os tempos – há um superlativo para “claustrofóbico”? Seria claustrofobiquérrimo?. Se tiver, aplica-se muito bem a esse reinício – com cara de continuação – da história contada no sucesso de 1999, A Bruxa de Blair. Ah, ignore o deplorável A Bruxa de Blair 2, lançado em 2002, feito com único intuito comercial e totalmente alheio aos acontecimentos do longa original.

Dirigido por Adam Wingard, responsável pelo excelente The Guestcrítica aqui – Bruxa de Blair expande a mitologia do filme original de uma forma verossímil e esperta, inclui novos elementos sobrenaturais – que dá pano pra muitas teorias – e deixa o espectador se contorcendo na cadeira tamanha a tensão e o terror. Outro acerto é que esse filme pode ser visto independente se você viu ou não o primeiro longa.


4 de setembro de 2016

Hardcore: Missão Extrema


Em tempos em que os filmes de ação se resumem basicamente a filmes de super-heróis e de agentes (Kingsman, Jason Bourne), é reconfortante saber que, fora do mainstream, tem gente no cinema trabalhando para trazer inovação a esse gênero tão subestimado e oferecer ao público uma obra desafiadora, ousada e diferente de qualquer filme de ação que você tenha visto ultimamente, é o caso de Hardcore: Missão Extrema (Hardcore Henry, 2015), do estreante  diretor russo Ilya Naishuller – que também roteirizou o longa – e protagonizado por Sharlto Copley (Distrito 9, Elysium).

Sabe esses vídeos em que uma pessoa com uma câmera GoPro atrelada à cabeça realiza perigosas aventuras de bike ou esportes radicais e nos deixam tontinhos, parece até que estamos ali com ela? Pois então, Hardcore: Missão Extrema utiliza esse recurso de uma maneira bastante eficiente durante todo o filme, colocando o espectador sob a perspectiva do personagem principal Henry.

28 de agosto de 2016

Looking – O fim precoce da série




Em 2011 estreou Weekend, um drama independente de temática gay que arrancou elogios da crítica especializada. A abordagem realista e intimista da relação entre dois homens foi considerada, na época, seu maior acerto (e é mesmo). Três anos depois, estreia na HBO a série Looking, do mesmo criador desse filme, Andrew Haigh. Looking possui muito em comum com Weekend, e isso talvez tenha prejudicado a série, retratar o universo gay com tanta honestidade não deu certo, a comunidade LGBT não apoiou a produção, a audiência caiu e a série foi cancelada com apenas duas (ótimas) temporadas, mas o lado bom é que a HBO produziu Looking – O filme (2016), a fim de dar um desfecho digno às histórias dos protagonistas e, também, não deixar os fãs na mão.

Contextualizando, Looking é ambientada em São Francisco e narra os sabores e dissabores de três amigos gays, Patrick (Jonathan Groff), Don (Murray Bartlett) e o barbudo Agustín (Frankie J. Alvarez). Lá no início da série, cada um deles se encontrava em estágios diferentes da vida, Agustín estava em um relacionamento aparentemente estável, Don, o mais “velho”, vivia carente e numa crise de idade, por fim, Patrick, aos 29 anos, tentava a sorte em aplicativos de encontro (especificamente o Grindr), mas sempre saia frustrado dos encontros casuais.  

Águas Rasas


Há mais de 40 anos um tubarão branco gigante causava terror em uma praia, tornando o belo azul do mar em águas vermelhas de sangue. Refiro-me ao primeiro blockbuster de Steven Spielberg, Tubarão, que levou multidão aos cinemas e tornou o cineasta o mestre do “cinemão pipoca”, que ele é (ainda) hoje. Após tantos anos sem ter um filme com tubarão decente e que se leve a sério (Sharknados e produções cafonas semelhantes não valem...), o animal volta a ser o antagonista em um relevante e eficiente suspense, Águas Rasas (The Shallows, 2016), dirigido por Jaume Collet-Serra (de A Orfã).

Blake Lively interpreta Nancy, uma garota que vai a uma praia paradisíaca para surfar, relaxar e ver com seus próprios olhos o lugar que sua falecida mãe adorava tanto. Logo, o cenário que traz tantas recordações transforma-se em um campo de batalha pela sobrevivência.

Ilhada em uma pedra no meio do mar com um imenso tubarão a rodeando, Nancy (e sua amiga gaivota) passa por maus bocados para se proteger dos dentes afiados e assustadores do bicho.

21 de agosto de 2016

Ben-Hur (2016)


Ben-Hur, o filme clássico de 1959 com Charlton Heston, é uma obra grandiosa em todos os sentidos, até em sua duração, 212 minutos, ou seja, mais de três horas e meia, é um épico legítimo do tipo que não se faz mais hoje em dia. Logo, o novo Ben-Hur (2016), do diretor Timur Bekmambetov (responsável pelo ótimo O Procurado), não é tão grandioso assim, assemelha-se mais a Gladiador, o que não é algo negativo.

É importante frisar que o novo filme não é uma refilmagem do filme de William Wyler, mas sim uma nova versão da história contada no livro de Lew Wallace, Ben-Hur: Uma história do Cristo. Segundo especialistas, este se aproxima mais do livro do que a versão dos anos 50. Eu gosto muito da obra clássica, é um filme sensacional, desses para assistir e contemplar.


6 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida

Contém spoilers!

Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) é uma tragédia anunciada. Vendido como “subversivo”, a nova aposta cinematográfica da DC Comics é convencional demais, tão convencional que chegar a doer. Nunca tive altas expectativas acerca desse filme, e quando foi divulgado que a sua classificação indicativa seria para maiores de 12 anos, senti que algo estava errado com essa adaptação, que não era uma adaptação comum, mas uma repleta de anti-heróis “subversivos”. Resultado: todos esperavam um “Deadpool” e se depararam com um episódio longo de “Power Rangers”. Ou seria "Batman & Robin"?. Bem feito.

Vamos aos problemas, que não são poucos. Os heróis de Esquadrão Suicida não têm nada de “anti”: são sentimentais, choram por crianças, carregam bichinho de pelúcia e se autodenominam “família” – alguém aí lembrou de Velozes e Furiosos?. A personagem de Viola Davis – responsável por recrutar o grupo de criminosos – é mais implacável e temida que todos eles juntos.

30 de julho de 2016

Dois Caras Legais


Shane Black, o cineasta, tem um importante papel no universo cinematográfico, ele é responsável por escrever uma das franquias mais famosas do cinema, Máquina Mortífera, além de contribuir significativamente na renovação do subgênero “filme de ação com dupla de detetive”, após cometer Homem de Ferro 3 há três anos, o cineasta volta ao terreno que ele bem conhece com o divertido Dois Caras Legais (The Nice Guys, 2016), comédia de ação escrita por ele e Anthony Bagarozzi, roteirista ainda desconhecido.

O filme já inicia com uma sequência inusitada e bem-humorada. Um carro invade uma casa e ali, entre os escombros, está uma atriz pornô, que diz suas últimas palavras, nua, ensanguentada e com pose de capa da revista Playboy. Um momento mais cômico do que trágico.

Em Dois Caras Legais, o humor é constante e tão importante quanto os personagens de Ryan Gosling (March) e Russell Crowe (Healy). A dupla encarna dois detetives que investigam o desaparecimento de uma atriz pornô.


24 de julho de 2016

O Negócio – a terceira temporada

Contém spoilers!

Chegou ao fim este mês a terceira temporada da série O Negócio (2013 - ?), a série mais duradoura da HBO produzida no Brasil, e também, a que mais gosto e a mais excitante (rs) dentre as produções nacionais feitas para canais pagos.

Recapitulando, na primeira temporada, as belas garotas de programa de luxo Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista) resolveram aplicar os conceitos de marketing ao trabalho exercido com o objetivo de melhorar os lucros e atrair mais clientes,  então, fundaram a Oceano Azul, empresa especializada em dar muito prazer aos seus ricos fregueses. No segundo ano, as meninas tiveram de lidar com a pirataria e os roteiristas foram mais longe do que esperávamos, com a narrativa avançando a passos largos.

Na última temporada de O Negócio, o foco foi os dramas pessoais das protagonistas, e o preconceito de distintas naturezas prevaleceu na trama dos primeiros episódios. Karin enfrentou o machismo no âmbito empresarial e o preconceito quando o seu passado como prostituta veio à tona. Já Ariel (Guilherme Weber), o melhor personagem dessa temporada, ex-cafetão e agora milionário, não conseguiu se encontrar no “mundo dos ricos”, sendo excluído desse universo que tanto desejava fazer parte.


16 de julho de 2016

Stranger Things – a incrível série de mistério da Netflix


Há cinco anos, J. J. Abrams homenageou Steven Spielberg e os clássicos juvenis dos anos 80 com o suspense Super 8,  cuja trama era propositalmente semelhante a E.T., O Extraterrestre. Ontem, estreou a excelente série de ficção e suspense Stranger Things, produção original da Netflix, que também é uma ode à cultura pop oitentista.

Stranger Things “respira” anos 80 até nos mínimos detalhes (pôsteres de Tom Cruise e de filmes clássicos como A Coisa e Evil Dead enfeitam os cenários); a “viajante” trilha repleta de sintetizadores da abertura lembra a ficção Tron, clássico lançado em 1982; o hit Shoul I stay or should I go, do The Clash, é presença constante na série; sem falar nos elementos spielberguianos inspirados – descaradamente – por filmes como E.T., Os Goonies e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, como por exemplo, a turma de garotos caminhando em uma linha do trem ou andando de bicicleta, que se envolve em uma trama de mistério e tenta resolvê-lo por conta própria.

10 de julho de 2016

The Lobster



“– Em que animal você gostaria de ser transformado, caso falhe na missão de encontrar uma parceira? – Uma lagosta”. Responde o personagem de Colin Farrell, em um dos mais inventivos e estranhos filmes dos últimos anos: The Lobster (2015).

A pergunta faz parte de um questionário com perguntas esquisitas que o personagem David (Farrell, mostrando cada vez mais que tem muito a nos apresentar como ator) tem que responder. Deprimido com a recém-separação, ele vai para um hotel, pois o prazo de ficar sozinho já expirou, nesse resort, ele tem 45 dias para encontrar uma nova parceira, do contrário, será transformado em um animal, no caso de David, uma lagosta, por viver mais de 100 anos, ser fértil por toda a vida...enfim. Particularmente, eu não faço a mínima ideia qual animal eu escolheria, certamente eu faria uma pesquisa imensa sobre cada animal, para avaliar as vantagens e desvantagens e também escolheria o bicho cujo hábitat ficasse o mais longe possível do homem, na verdade, acho a ideia da lagosta bastante convidativa.

26 de junho de 2016

Independence Day: O Ressurgimento


Era para ser uma sequência espalhafatosa e tão divertida quanto o original de 1996 - hoje em dia, já considerado um clássico dentre os filmes catástrofes -, mas Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence, 2016) é apenas espetaculoso, talvez você se divirta, se não se incomodar com os personagens caricatos e rasos, o abuso de clichês, os diálogos sofríveis, e não perceber que a obra está subestimando sua inteligência.

A trama é um fiapo: alienígenas com suas naves maiores que a Terra invadem o planeta e os humanos precisam lutar contra eles de todas as formas possíveis. A dinâmica é exatamente igual à da obra original, mas nada funciona aqui, parece que Roland Emmerich fez tudo às pressas.

12 de junho de 2016

Invocação do Mal 2




É muito raro um filme de terror - gênero tão combalido atualmente - fugir das armadilhas do clichê e ainda se sobressair criativamente, Invocação do Mal conseguiu tal feito, mas é muito mais raro uma sequência de uma produção do gênero ser tão boa ou superior à primeira parte, nesse caso, Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2, 2016) é o exemplo perfeito. E o culpado por essa revitalização dos filmes de suspense/terror tem um nome: James Wan. Algumas das melhores fitas do gênero dos últimos anos são dele: Jogos Mortais, Sobrenatural 1 e 2, além dos dois Invocação do Mal. O cineasta também se deu bem quando se aventurou em outro gênero e realizou o ótimo Velozes e Furiosos 7, mas é inegável que Wan já se consagrou como a nova cara dos filmes de terror. 


Se você não assistiu ao primeiro Invocação do Mal – que vacilo – mas gostaria de conferir a parte 2, não se preocupe, a trama da sequência é totalmente independente do primeiro longa, mas o demônio da vez  - a freira - é muito mais assustador. Em IM2, Vera Farmiga e Patrick Wilson – brilhantes em seus papéis – revivem o casal de demonologistas Lorraine e Ed Warren, agora famosos pelos seus casos paranormais, a dupla precisa ajudar uma família em um bairro pobre de Londres, que está sofrendo ataques de um demônio, além disso, Lorraine tem que lidar com um outro demônio que a persegue. 


5 de junho de 2016

Deus Branco (White God) revigora os “filmes de cachorro”





Uma garota pedala pelas ruas desertas de Budapeste, quando surge atrás dela centenas de cães avançando rapidamente, furiosos, e aparentemente sedentos por vingança contra todos aqueles que os maltrataram. É dessa forma, que inicia o surpreendente Deus Branco (White God, 2014), pela cena inicial já percebemos que esse não é um “filme de cachorro” comum, do tipo que é exibido na Sessão da Tarde, a obra do húngaro Kornél Mundruczó é forte demais em comparação aos bobos dramas caninos que passam na telinha (os quais não tenho a menor paciência), mas já pode ser considerada a obra-prima desse subgênero.


Já no começo do longa, numa cena que demonstra uma relação bem fria entre as personagens, a garota Lili (Zsófia Psotta) é deixada pela mãe aos cuidados do pai, que deve ficar com ela por um tempo. Lili traz com ela, o Hagen, o seu cachorro. O pai, que não suporta o cão, obriga a filha a deixá-lo na rua. Eis aqui, mais uma cena tocante e incômoda. 

28 de maio de 2016

Love e o cinema sem vergonha






Com o sucesso do post Shame e o cinema sem vergonha, que traz filmes que abordam o sexo de forma escancarada e natural, listei outras obras que celebram/problematizam o que há de melhor na vida, mesmo que muitos, em pleno século 21, teimam em discordar, ao menos de forma pública. 



Love (2015) – O filme de Gaspar Noé que causou polêmica no ano passado pelas cenas tridimensionais de sexo (super) explícito - realmente acho estranho a sociedade se chocar com cenas de sexo, sendo que é algo que “supostamente” faz parte da nossa rotina. A história é sobre a relação conturbada entre o americano Murphy (Karl Glusman) e a francesa Electra (Aomi Muyock), que entre brigas e juras de amor, fazem muito, mas muito sexo – a primeira cena é impressionante. O mais interessante de Love, é que o sexo é apresentado por inúmeras perspectivas (há o sexo mais amável, o selvagem, a dois, a três, em todas as posições e em ambientes diversos), no entanto, devido à longa duração do filme, chega um momento em que não aguentamos mais, nem as cenas picantes, nem as lamentações do protagonista. 



Ninfomaníaca Vol. 1 (2013)  Essa obra sexual de Lars Von Trier é bem menos subversiva e chocante do que aparenta ser – tendo como parâmetro, é claro, o perturbador Anticristo, do mesmo diretor. O Vol. 1 pode ser considerado como um romance, com mais cenas de sexo do que os filmes convencionais, é verdade, pois a protagonista Joe acredita que o amor é um empecilho para as relações sexuais. Nessa primeira parte, é narrada a jornada triste e constrangedora da protagonista, seus casos sexuais e a busca contínua pela satisfação sexual. As figuras aludidas ao sexo, as cenas despudoradas - não vulgares - de sexo e o elenco bem à vontade, composto por Shia LaBeouf, Charlotte Gainsbourg e Uma Thurman, são os acertos da obra.



Ninfomaníaca Vol. 2 (2014) – Bem inferior ao primeiro capítulo, esse volume destoa muito da primeira parte, tem menos sexo e mais sadomasoquismo. Joe, a protagonista, agora luta contra a degradação física e psicológica e a sociedade, que a julga simplesmente como uma viciada e banaliza a sua condição. Repleto de cenas desconfortáveis – principalmente aquelas em que Jamie Bell surge como uma opção de curar a “doença” de Joe com o “tratamento de nós” – o Vol. 2 pode ser irregular, mas junto com o Vol. 1, constrói uma obra ousada, indiscutivelmente, cujo mérito é provocar a reflexão sobre o sexo, o nosso corpo e a perspectiva da sociedade sobre essa questão. Boatos que há uma versão sem cortes muito mais provocante e picante do que a versão que foi exibida nos cinemas...ui!

22 de maio de 2016

X-Men: Apocalipse




“Ao menos concordamos que o terceiro filme é bem pior”. Quando Jean Grey dispara essa frase eu já suspeitava, a essa altura, que X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016) não seria melhor que o sofrível X-Men: O confronto final. Enganei-me um pouco, essa nova aventura é levemente superior à parte 3 da primeira trilogia, é divertida e tem cenas empolgantes, ainda assim, decepcionante, vazia e confirma a teoria de Jean. 

X-Men: Apocalipse inicia bem, de forma pomposa, no Egito antigo, nos apresentando o vilão Apocalipse (interpretado por Oscar Isaac, debaixo de quilos de maquiagem azul) no ritual de troca de corpo, que é interrompido por um grupo de revoltosos. A sequência é espetacular,  mas de nada adianta agradar os olhos, se não toca o coração, e é justamente essa falta de conexão com os personagens o maior defeito do filme. O roteiro não tem aprofundamento emocional,  não há elementos dramáticos, embora haja uma tentativa de cativar o público na subtrama de Erik/Magneto (Michael Fassbender), essa história, pela rapidez e a falta de densidade com a qual é contada, não nos envolve emocionalmente. Um desperdício, pois Magneto é de longe o personagem mais interessante da saga.

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