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28 de janeiro de 2010

Amor sem Escalas

"Até os homens que construíram impérios e mudaram o mundo passaram por isso". 

Essa é mais ou menos a frase de consolo dita inúmeras vezes por Ryan Bingham com a intenção de "animar" as pessoas que dispensou de seus trabalhos. É isso mesmo, Ryan voa todo os Estados Unidos, de empresa em empresa, demitindo pessoas. E ele faz isso com muita naturalidade e frieza, é quase um robô e com tantos anos de experiência sabe exatamente como agir e o que falar diante das diferentes reações das pessoas, que vai desde a uma resposta calma a uma ideia de suicídio.

Ryan Bingham é interpretado por George Clooney, charmoso como sempre, numa interpretação digna de Oscar no excelente filme de Jason Reitman, Up in The Air. Ok, o título "cometido" pelos responsáveis por traduzir para o português ficou Amor Sem Escalas. Ridículo e inadequado. Eles adoram colocar a palavra "amor" nos títulos, mesmo que o filme seja especificamente sobre o ódio.


Ryan dá dicas de como arrumar uma mala

Como já disse, a história gira em torno de Ryan, que é pago para dispensar pessoas nas empresas que estão em crise. Ele não se importa com o tipo de trabalho que tem, ele acredita ser uma pessoa feliz, ainda que solitário, não tem relação profunda com ninguém, nem com sua própria família. Tem uma casa, mas nunca está nela, vive em aeroportos. Passa mais tempo no ar que na terra. Casar e ter filhos é uma utopia.

O protagonista ainda apresenta palestras motivacionais, no qual praticamente a mensagem que ele passa é: "carregamos coisas demais nas costas, precisamos nos livrar delas, elas só nos atrapalham". Essas "coisas" a que ele se refere, incluem pessoas também. Mas sua vida pode estar prestes a mudar radicalmente quando ele encontra duas mulheres: Nathalie e Alex. Interpretadas respectivamente por Anna Kendrick e Vera Farmiga.

Nathalie é a responsável por implantar um novo sistema no qual a demissão poderá ser feita por computador. Sem precisar gastar com viagens e hospedagens. Ryan não gosta disso. Não porque ele sentirá falta do contato humano, mas porque terá de viver longe do aeroportos, viver permanentemente num só lugar, o que significa que ele terá de criar laços afetivos com alguém. 

Alex é igual ao Ryan, ou seja, tem o mesmo estilo de vida dele. Vive nas nuvens. Eles iniciam um relacionamento, se encontrando de vez em quando e então, ele começa a pensar diferente sobre o seu projeto de vida, ou seja, para o consultor, ela pode ser a chance de ter realmente algo permanente, e quem sabe construir um lar, ter filhos.



Jason Reitman realiza mais um excelente trabalho, Amor sem Escalas é inteligente, imprevisível e tão bom quanto seus longas anteriores, Juno e Obrigado por Fumar.  Tem uma trilha sonora deliciosa, destaque para a linda música Help Yourself de Sad Brad Smith, atuações inspiradas, cenas  memoráveis e ainda traz à luz temas bem atuais para refletir, como a interferência da tecnologia nas relações humanas ou como podemos encarar uma demissão, fato que para muitos podem significar um fim, mas também pode ser um novo começo.

Um comentário:

  1. Eu não sabia que a Jess de Crepusculo estava nesse filme!!!

    Bom, se não fosse o Clooney esse filme não chamaria minha atenção...
    Quando sair na locadora eu pego.
    XD
    bjux

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