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21 de setembro de 2014

Maze Runner: Correr ou Morrer é previsível, mas diverte!




Não sei dizer quão fiel à fonte original, Maze Runner: Correr ou Morrer (The Maze Runner, 2014) ficou, não li o livro, mas esta adaptação cinematográfica da série literária de James Dashner foi além das minhas expectativas, que não eram muitas, mas gostei muito do filme, talvez isso tenha acontecido porque eu não sabia praticamente nada do enredo, tampouco fiquei vendo e revendo as dezenas de trailers antes do lançamento. Vou abrir parênteses aqui e dá uma dica: quanto menos você souber sobre qualquer filme ou série, melhor, assim você não cria grandes expectativas e muito provável fique muito satisfeito com o resultado. Maze Runner: Correr ou Morrer, do diretor Wes Ball,  tem muitos defeitos, mas cumpre bem a sua função, que é a de divertir. 


Na obra de ficção científica pós-apocalipse, Thomas (Dylan O´Brien) já surge na telona numa jaula, sem lembrar de nada, nem o seu próprio nome, ele acorda numa comunidade composta de adolescentes situada numa floresta rodeada pelos quatro lados por grandes paredes, formando o temível labirinto. Bem, essa história de um bando de meninos perdidos no meio do nada lutando pela sobrevivência, lembra muito o clássico O Senhor das Moscas.


Tão confuso e curioso quanto nós, os espectadores, o protagonista logo vai descobrindo mais sobre o lugar e os habitantes, que estão ali há anos e não sabem por que eles foram parar ali e muito menos conhecem um meio de saída do labirinto, tomado por criaturas horripilantes.

 Perdidos no labirinto: Thomas, Minho, Gally e Newt.


É justo esse clima de mistério crescente, que vai revelando algo novo de tempos em tempos, o maior trunfo de Maze Runner, técnica que prende totalmente a atenção do público e faz com que fiquemos apreensivos até o próximo passo. Assim como o Thomas, temos medo do que estar por vir, medo do desconhecido, mas também estamos curiosos para ir além e descobrir a razão desta “brincadeira” de mau gosto. É muito fácil gostar e torcer pelo protagonista, questionador e inquieto, Thomas, o Corredor, é o reflexo puro da vontade do público. Dylan O´Bien, deixa o humor do Stilinski da série Teen Wolf de lado, e assume a liderança do filme - e de uma franquia - com naturalidade e jeito de herói de fitas de ação, é um papel mais sério e desafiador e Dylan o desempenha muito bem.


Além do enredo intrigante, o suspense constante e a sábia escolha de O´Brien para o papel principal, as cenas de ação não decepcionam, mesmo com a visível limitação  nos efeitos especiais em decorrência do baixo orçamento, as sequências de correria ainda são eletrizantes, causam frenesi, não deixa o seu público-alvo insatisfeito, já que este é o tipo de obra que prioriza mais esses momentos alucinantes.
 

Mesmo sendo superior aos outros filmes baseados em livros juvenis como A Hospedeira e Os Instrumentos Mortais, Maze Runner: Correr ou Morrer sofre de um mal, os clichês. E eles não são poucos. A começar pelos coadjuvantes estereotipados, tem o gordinho amigo do protagonista, o oriental e um vilãozinho, que nesse caso, é mais chato que vilão, o Gally, interpretado por Will Poulter, de A Família do Bagulho

A ideia é boa, tem que haver alguém para discordar da figura principal e construir um contraponto na história. Gally é a persona adepta do conformismo e da resistência, teme mudanças e o progresso. Enquanto Thomas é a novidade, personifica a coragem e é líder por natureza, para Gally, ele é a ameaça à sua vida pacata baseada na conformidade e no medo de sair daquele lugar. Como a produção é voltada à audiência jovem, essa discussão é abordada de leve, mas já é o suficiente para beliscar a mente daqueles que vão ao cinema para buscar algo mais do que entretenimento.


 As reviravoltas sem sentido e desnecessárias, uma envolvendo o personagem de Gally e o atropelo de clichês que se dá nos derradeiros momentos, entre eles, há um cuja intenção é somente emocionar o público, faz de Maze Runner: Correr ou Morrer mais uma adaptação que tem medo de inovar e ainda subestima a inteligência do seu público, contudo, não deixa de ser uma obra empolgante e que prende a atenção do espectador em quase duas horas de projeção, isso pode ser um fator bobo, mas parece que não é uma regra nas produções do gênero.

A Fox já anunciou a sequência The Scorch Trials, que vai estrear em setembro de 2015.
  
NOTA: 7,5

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