Uma ficção científica com muita
ação e roteiro inteligente, mas que escorrega no seu clímax, assim é No Limite
do Amanhã (Edge of Tomorrow,2014), novo filme do carismático Tom Cruise. O astro do sorriso largo escolhe muito bem
seus projetos, seus últimos três filmes, Jack Reacher, Oblivion e este, podem
não ter tido sucesso absoluto de crítica ou de público, mas ressalta o esforço
do ator em trabalhar com roteiros engenhosos e material inédito.
Para mim, dos seus últimos trabalhos, Jack
Reacher é o que me agrada mais, Oblivion é confuso demais e No Limite de
Amanhã, bem, é um bom filme, mas me deixou uma sensação de que poderia ser bem
melhor. Cruise é um dos meus atores preferidos desde sempre, um dos mais simpáticos
e queridos de Hollywood, isso é incontestável, então, sempre que há um novo
trabalho do Mr. Show Me The Money, eu tenho que conferir.
Cruise vive. morre. repete.
Comandado por Doug Liman, diretor
dos divertidos Vamos Nessa e Sr. e Sra. Smith, No Limite do Amanhã começa
quando um profissional de Relações Públicas, Cage, papel de Cruise, é obrigado
a ir para a linha de frente numa batalha entre humanos e seres alienígenas. Sem
qualquer experiência em combate, Cage veste o seu exoesqueleto, se junta a
outros milhares de soldados e cai de paraquedas num cenário de guerra impiedoso
e violento que muito se assemelha ao início de O Resgate do Soldado Ryan.
Após ser morto, Cage acorda
novamente no dia anterior. E tudo se repete, uma, duas, três, milhares de vezes,
e assim, o personagem descobre que esta sua habilidade de voltar no tempo pode
ser a chave para ganhar a guerra contra os aliens. A grande sacada do filme é
que as repetições não cansam de modo algum o espectador, detalhes simples como
o cansaço do personagem, momentos cômicos e frustrantes do protagonista faz com
que a gente perceba que houve uma mudança no tempo.
Emily Blunt sensualizando em modo repeat
Cruise tem uma atuação notável, repetir
a mesma cena inúmeras vezes, mas demonstrando em cada uma delas emoções distintas de forma sutil, não é tão
simples assim. Emily Blunt também não fica atrás, Vrataski, sua personagem
guerreira e fria, nada lembra a “simpática” Emily, secretária de Miranda no
sucesso O Diabo Veste Prada.
A trama futurística parece confusa, mas não é,
a princípio, Liman conduz o filme com muita firmeza e objetividade, as cenas de
ação são bem elaboradas e surpreendem, o alienígena também é outro elemento
muito interessante e diferente de tudo já visto em produções do gênero, mas em
seus momentos finais, o longa derrapa feio e se rende aos clichês. A
inteligência e a ousadia presente no roteiro na sua fase inicial deu lugar ao
lugar comum, o óbvio, o “arroz com feijão”, a batalha na cidade de Paris não
empolga, porque já vimos algo semelhante em centenas de outros blockbusters por
aí. Tudo é muito previsível. E no fim da sessão, fiquei com uma ideia na cabeça, pensando de que forma No Limite do Amanhã teria um final mais satisfatório e
menos preguiçoso.
NOTA: 7,0
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