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28 de agosto de 2016

Águas Rasas


Há mais de 40 anos um tubarão branco gigante causava terror em uma praia, tornando o belo azul do mar em águas vermelhas de sangue. Refiro-me ao primeiro blockbuster de Steven Spielberg, Tubarão, que levou multidão aos cinemas e tornou o cineasta o mestre do “cinemão pipoca”, que ele é (ainda) hoje. Após tantos anos sem ter um filme com tubarão decente e que se leve a sério (Sharknados e produções cafonas semelhantes não valem...), o animal volta a ser o antagonista em um relevante e eficiente suspense, Águas Rasas (The Shallows, 2016), dirigido por Jaume Collet-Serra (de A Orfã).

Blake Lively interpreta Nancy, uma garota que vai a uma praia paradisíaca para surfar, relaxar e ver com seus próprios olhos o lugar que sua falecida mãe adorava tanto. Logo, o cenário que traz tantas recordações transforma-se em um campo de batalha pela sobrevivência.

Ilhada em uma pedra no meio do mar com um imenso tubarão a rodeando, Nancy (e sua amiga gaivota) passa por maus bocados para se proteger dos dentes afiados e assustadores do bicho.

Lively (nossa eterna Gossip Girl) entrega a sua melhor performance no cinema até agora, atuando sozinha praticamente o filme todo, a loira vence esse desafio e sedimenta uma carreira que fica cada vez mais promissora.

Outros acertos de Águas Rasas está nas técnicas cinematográficas usadas sabiamente por Collet-Serra, como quando ele usufrui dos (lindos) planos abertos e aéreos para apequenar a protagonista em relação à grandiosidade da natureza, ou quando faz o contrário, usa o plano fechado no rosto da atriz para potencializar o drama, a tensão e o medo.



Além de belas sequências  fora e debaixo d´água – especialmente uma com águas-vivas – e cenas de suspense e ação de roer as unhas, Águas Rasas é mais que um filme de sobrevivência, trata de superação, de luta, de um recomeço na vida, e mais, ainda arruma espaço para criticar essa geração atual, que perdem oportunidades de apreciar belas paisagens em volta por não desgrudar os olhos do celular.  

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